Ir al contenido principal

Entradas

Mostrando entradas de julio, 2020

Uma anónima luz além do óbvio.

Adentrar-se na novela “Adela no País de Ural” de Luis Maçãs López é ser cativado por uma atmosfera onírica e poética com um forte carácter evocativo que nos leva polos caminhos de uma tradição órfica mui antiga, com uma dimensão crepuscular e surreal que nos conecta com os poetas Almada Negreiros, Mário Cesariny, Pessoa ou Herberto Helder, Rimbaud ou Leopoldo María Panero. A narrativa segue os passos de uma mulher, uma livreira chamada Adela que se move numa Corunha imaginal, uma Corunha que possui as ressonâncias de um outro tempo inserido na memória e no sonho. É a Corunha que evoca em nós um tempo mítico onde a inscrição dos nomes reais das ruas e os lugares como Rego de Agua, o Orçã, o hotel Trip pontuam uma realidade exótica na rotina com a que olhamos a nossa própria cidade. Lugar da nossa infância e as nossas lembranças mais antigas, a nossa cidade acaba por ser assimilada a um condicionamento existencial que acaba por enterrar aquele lugar estranho e entranho a um tempo que, a